O que é a vida sem as pessoas que nos fazem bem? Sem aqueles pelos quais vale a pena sempre tentar; pelos bons e pelos maus, estes últimos com os quais aprendemos sempre. Sem aquele abraço, sem aquele sorriso.
O que é a vida sem os amigos? Os que nos trazem felicidade, coisas boas; os que não precisam de manual de instruções, e os que vêm carregados de explicações e ideias de mudar o Mundo, o meu e o deles.
O que é a vida sem o amor? Sem o olhar, aquele olhar, e depois o toque, a chamada química e física; sem o coração que nos arrebata, aquele que nos tira da escuridão e nos arrasta para a luz, para algo mais que um simples "olá". A vida sem amor não é nada. Absolutamente nada.
Escrevi para que as palavras chegassem até ti e te trouxessem, de novo, para junto de mim. Mas tu não vieste, não quiseste vir, e hoje já não falo de ti porque não há nada para dizer. De tudo o que me deste é o silêncio o que mais vezes vem de ti.
Todos os dias esperei por ti e, todos os dias, quis desistir de ti. Acabei por fazê-lo tarde demais. Percebi que, afinal, a chuva continuava a cair, os dias continuavam a passar, as pessoas continuavam iguais. Só tu não vinhas. Nada é eterno, e tudo custa mas que raio nesta vida é que não custa? É preciso aprender a chorar por dentro.
Acabei por me esquecer de mim. Habituei-me a ter-te, a ter a tua felicidade comigo, a querer estar bem porque tu estavas bem, a querer sorrir porque gostavas do meu sorriso e do meu olhar quando te via, quando te pedia para vires. Pedi-te tanto e nunca vieste. Até ao fim tentei encontrar o equilíbrio. Custou. Eras tu que me guiavas, eras o meu equilíbrio. Até ao fim falhei sempre.
Já não vale a pena falar da saudade. Levaste-a contigo quando foste embora, deixaste uma névoa de ti tão frágil, tão insignificante e também isso já esqueci.
Há algum tempo, dei-me conta de que me esqueci de ti e, no entretanto, mesmo sem querer falar de ti, acabei por fazê-lo.
A saudade doeu, a memória ficou, o esquecimento torna-se premente.
Até ao fim foste a melhor maneira de sorrir. Até ao fim foste a minha melhor maneira de viver.
Hoje não sei o que é feito de ti, por onde andas, o que fazes. Passei a habituar-me à tua ausência, a ver um vazio ao meu lado onde antes estavas tu. Acabei por preenchê-lo com algo mais que a saudade. Tive medo de ter de habituar-me à tua inexistência. Mas tive de aprender a viver uma vida sem ti, tive de aprender a viver.
Já não existe vazio.
Já não existe vazio.
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A vida não é de frases feitas, de palavras como a saudade, o esquecimento, a ausência e o vazio.
A vida não é feita das pessoas que não nos querem bem, daqueles que partem sem aviso porque têm de partir, dos que levam as lágrimas e a paz, dos que prometem ficar e não ficam, dos que dizem ser nossos e nem a eles próprios pertencem.
Não adianta falar, escrever palavras de conforto, palavras do "vai correr bem" quando sabemos que não vai, porque não está quem nos faz falta, quem nos faz tanta falta. Não adianta falar da perda. Há que saber contorná-la, preencher o vazio, com os que cá estão, vivos e felizes. Há que saber lidar com a perda. Não desistir de quem nos faz bem. Há que fazer tudo, o possível e o impossível, para que as coisas corram bem. Há que saber viver.
Não adianta falar da memória, evocar lembranças boas quando o dia da partida teimosamente se sobrepõe a todas elas. Não adianta não querer chorar quando sabemos que só as lágrimas podem acalmar a dor e apaziguar o espírito. Não adianta não chorar.
De que serve chamar por alguém que sabemos que não vem? Vamos antes chamar por alguém que continua cá, ao nosso lado. Vamos chamar pelo amor, pedir-lhe para vir, se for preciso sem pressas, mas que venha, e que traga com ele a felicidade.
Este blog foi feito de frases soltas, palavras que agora não fazem sentido. Pensei, ao escrever, recordar momentos, preencher o vazio, diminuir a saudade, aumentar a esperança.
Este blog não é mais que uma neurose que tem vindo a mostrar-se ridícula; uma tentativa de virar a página.
Mas não adianta voltar a falar em ausência, em mágoa, na tentativa de virar a tal página sobre alguém que sabemos que continuará na página seguinte.
Tentei, em vão, libertar-me de algo. Acabei por prender-me ainda mais.
Quis que ficasses, que não partisses de mim, que ficasses ao meu lado, quis ser egoísta, e fui.
Quis ter toda a gente, quis ter-te. Acabei por não ter ninguém, nem a mim mesma. Acabei por perder-me, acabei por exagerar, cansar as pessoas que mais me queriam. Temi tanto a solidão e o esquecimento e acabei por ter isso tudo.
Se apenas vivemos uma vez, então vamos viver da maneira que tiver que ser, da melhor maneira possível, da maneira mais feliz possível.
Se apenas vivemos uma vez, vamos vivê-la mil vezes. Vamos tentar, cair sete vezes e levantar oito.
Tu, por quem eu nunca mais voltei a cair, tu, que me ensinaste, de novo, a viver; tu, que trouxeste o equilíbrio e os dias bons; tu, que trouxeste a felicidade em pessoa, a quem eu daria mais do que a vida, a quem eu me daria; tu, sim tu, que devolveste a paz, que preencheste aquele vazio e trouxeste a tua vida para junto da minha; tu, por quem voltei a sorrir; tu, que me fazes feliz.
Se eu tentar, tentas comigo?
Se apenas vivemos uma vez, então vamos viver da maneira que tiver que ser, da melhor maneira possível, da maneira mais feliz possível.
Se apenas vivemos uma vez, vamos vivê-la mil vezes. Vamos tentar, cair sete vezes e levantar oito.
Tu, por quem eu nunca mais voltei a cair, tu, que me ensinaste, de novo, a viver; tu, que trouxeste o equilíbrio e os dias bons; tu, que trouxeste a felicidade em pessoa, a quem eu daria mais do que a vida, a quem eu me daria; tu, sim tu, que devolveste a paz, que preencheste aquele vazio e trouxeste a tua vida para junto da minha; tu, por quem voltei a sorrir; tu, que me fazes feliz.
Se eu tentar, tentas comigo?
Há palavras, e pessoas, que cansam. As palavras não chegam e o tempo não cura.
O blog acaba aqui, hoje.
A vida não é feita disso.
A vida não é feita disto.
A vida não é feita disso.
A vida não é feita disto.