E aqui estou eu outra vez.
Desconheço quem sou e para onde vou. A escuridão total de uma noite quase cega. O vento que, de novo, brinca com os meus cabelos e os agita, numa noite quase muda. A lua, continua lá, sozinha, abraçando esse céu imenso que hoje é o meu guardião.
O que outrora fui, hoje comparo-o ás pedras que me rodeiam. Aparentemente inertes, nada têm para oferecer, seja a quem for, por isso se passa, se pisa, se ignora. O passado, está apenas lá escrito.
Mas nesta noite, em que desconheço quem sou, o passado não me atormentará.
E como noite que é, os amantes encontram-se de novo, trazendo consigo o mesmo sentimento, construído exactamente com a mesma dosagem de intensidade e veracidade. Aproximam-se e abandonam-se nesta deliciosa magia, que parecia querer rebentar com o batimento vital deste amor excessivo. Os seus olhares prendem-se formando um só. Vão falando com a voz da sua alma, ouvem, sentem o amo que lhes foi deixado.
E a música de novo, pára.
É o regressar de mais um dia; o amanhã transforma-se no hoje, e de repente tudo deixa de existir.
"Clair de Lune", Debussy
Desconheço quem sou e para onde vou. A escuridão total de uma noite quase cega. O vento que, de novo, brinca com os meus cabelos e os agita, numa noite quase muda. A lua, continua lá, sozinha, abraçando esse céu imenso que hoje é o meu guardião.
O que outrora fui, hoje comparo-o ás pedras que me rodeiam. Aparentemente inertes, nada têm para oferecer, seja a quem for, por isso se passa, se pisa, se ignora. O passado, está apenas lá escrito.
Mas nesta noite, em que desconheço quem sou, o passado não me atormentará.
E como noite que é, os amantes encontram-se de novo, trazendo consigo o mesmo sentimento, construído exactamente com a mesma dosagem de intensidade e veracidade. Aproximam-se e abandonam-se nesta deliciosa magia, que parecia querer rebentar com o batimento vital deste amor excessivo. Os seus olhares prendem-se formando um só. Vão falando com a voz da sua alma, ouvem, sentem o amo que lhes foi deixado.
E a música de novo, pára.
É o regressar de mais um dia; o amanhã transforma-se no hoje, e de repente tudo deixa de existir.
"Clair de Lune", Debussy