Fazes-me falta, de novo.
E disseste, da última vez que falamos, que também sentias a minha falta.
Saí de casa, e não falei de ti. Porque tive medo de ouvir que não era bom sentir saudades tuas. Tive medo de ouvir, mais uma vez, que o melhor era virar a página. Mas será que ninguém percebe que é isso, precisamente, o que eu não quero? Que não quero apagar-te de mim, que te quero gravar em mim? Porque foste o melhor que me aconteceu. Foste até hoje, o melhor de mim.
Tenho medo de esquecer-te.
E sei que isso, é talvez, o mais provável de acontecer.
E se um dia acordar, e souber que não voltarás?
Depositei em ti tudo o que quis ser.
Sabia que podia contar contigo. No momento certo, e seria capaz de marcar. Como marcou.
Como naquele dia, no banco de jardim, o sol brilhava e os teus olhos também. Era Verão, e cheirava a mar. Falámos de nós. Disse-te que queria estar sozinha. Não percebeste que não era longe de ti, mas sozinha, contigo? Que estarias sempre em mim, acontecesse o que acontecesse.
Estávamos bem. Éramos felizes, lembras-te?
E se um dia acordar, e souber que não voltarás?
E se perder tudo aquilo que tivemos?
E se perder a sensação de te ter de novo? De, simplesmente, voltar para os teus braços, fechar os olhos e pensar
que agora está tudo bem.
Uma
carícia no rosto, um beijo sobre as lágrimas que caiem, quando algo vai mal.
Faltar o
ar quando não se tem, e faltar ainda mais quando se tem.
A saudade
que dá, aquele aperto no coração longe de quem se gosta. É no início da semana
pensar, que nunca mais vem o fim para te ver.
Disseste que ajudava a suportar os teus dias de tempestade.
Quando te vir, vou perguntar-te, porque transformaste os meus numa?
Mais de que
um gesto, talvez a palavra defina melhor o Homem.
E, por
vezes, não é o excesso de palavras que magoa.
Mas a falta
delas.
Volta, e traz todas as palavras que tens para dizer. Traz o abraço que tanto preciso, e a saudade que disseste que tinhas.
Estarei sempre aqui, à tua espera, para te ouvir.