É engraçado como por vezes a vida pode ser ridícula. Estar longe de ti é ridículo, e no entanto passo mais tempo sozinha do que propriamente contigo. Escrever isto é ridículo, mas torna-se uma paixão, algo que não consigo evitar. Levo as palavras para todo o lado, e se não as escrevo, é como se ficassem a apodrecer dentro de mim.
Nunca me perguntaram porque escrevo, ou porque prefiro estar com a caneta e o papel, do que na presença de (des)conhecidos. Sinceramente, nem eu sei. Mas agarro-me a isto como se a minha vida dependesse de tal. E em parte, depende. E, se alguém me arranca a vontade de escrever, arranca-me também a vontade de viver.
É incompreensível para alguns.
Inspirador para outros.
Para mim, é apenas uma outra parte de mim. Aquela onde se escondem os sentimentos por expressar, as alegrias por viver e as tristezas por contar.
Ás vezes só me apetece sentir as lágrimas a percorrerem o meu rosto, e por outras vezes temo que isso aconteça.
Não sou de demonstrar sentimentos, e talvez por isso escrevo o que escondo de todos.
Nunca vi ninguém surpreendido por ler os meus textos, assim como nunca vi ninguém a chorar ou a sorrir. Escrevo não para os outros; escrevo para mim, para eu própria não me esquecer daquilo que sou, e agarrar essa "minha parte" com tudo o que tenho, ainda que seja pouco.
Poderia escrever horas e dias, e isto passar a ser um diário, mas eu não gosto de diários; são apenas registos de alegrias ou tristezas. Poderia escrever até a minha mão reclamar de dor, mas haveria tanto que ficaria por dizer... O Homem é uma biblioteca, um livro de páginas e páginas de vida.
E de repente as palavras faltam.
Fico sem saber o que dizer, mas ainda assim escrevo, é ridículo.
Um dia perguntaram-me se já tive de tomar a decisão de magoar ou não magoar alguém. Eu respondi, sem nunca perder essa pessoa de vista, que sim. "Tenha calma, já todos fizemos isso, e até lhe digo, que a maior parte das vezes optou por magoar". A palavra "sim" voltou a sair da minha boca, mas desta vez acompanhada de medo e angústia. O Homem, onde quer que ele esteja, não é um animal pacato ou benevolente. É um animal, que embora gregário, consegue o que quer em troca de algo. Diziam que "enquanto houver dois homens sobre a terra, um tenta sempre deixar ficar mal o outro".
Magoamos as pessoas que, na altura, não queremos, mas que agora percebemos que não havia outra solução.
A dor de ver sofrer os outros faz-nos bem. Actua como um tranquilizador. Ficamos bem por ver sofrer alguém que outrora também nos fez sofrer. Choramos a nossa dor, vemos a dele e sorrimos.
Lembramos o passado e odiamos quem fomos.
Olhamos para o presente.
A vida continua.
Nunca me perguntaram porque escrevo, ou porque prefiro estar com a caneta e o papel, do que na presença de (des)conhecidos. Sinceramente, nem eu sei. Mas agarro-me a isto como se a minha vida dependesse de tal. E em parte, depende. E, se alguém me arranca a vontade de escrever, arranca-me também a vontade de viver.
É incompreensível para alguns.
Inspirador para outros.
Para mim, é apenas uma outra parte de mim. Aquela onde se escondem os sentimentos por expressar, as alegrias por viver e as tristezas por contar.
Ás vezes só me apetece sentir as lágrimas a percorrerem o meu rosto, e por outras vezes temo que isso aconteça.
Não sou de demonstrar sentimentos, e talvez por isso escrevo o que escondo de todos.
Nunca vi ninguém surpreendido por ler os meus textos, assim como nunca vi ninguém a chorar ou a sorrir. Escrevo não para os outros; escrevo para mim, para eu própria não me esquecer daquilo que sou, e agarrar essa "minha parte" com tudo o que tenho, ainda que seja pouco.
Poderia escrever horas e dias, e isto passar a ser um diário, mas eu não gosto de diários; são apenas registos de alegrias ou tristezas. Poderia escrever até a minha mão reclamar de dor, mas haveria tanto que ficaria por dizer... O Homem é uma biblioteca, um livro de páginas e páginas de vida.
E de repente as palavras faltam.
Fico sem saber o que dizer, mas ainda assim escrevo, é ridículo.
Um dia perguntaram-me se já tive de tomar a decisão de magoar ou não magoar alguém. Eu respondi, sem nunca perder essa pessoa de vista, que sim. "Tenha calma, já todos fizemos isso, e até lhe digo, que a maior parte das vezes optou por magoar". A palavra "sim" voltou a sair da minha boca, mas desta vez acompanhada de medo e angústia. O Homem, onde quer que ele esteja, não é um animal pacato ou benevolente. É um animal, que embora gregário, consegue o que quer em troca de algo. Diziam que "enquanto houver dois homens sobre a terra, um tenta sempre deixar ficar mal o outro".
Magoamos as pessoas que, na altura, não queremos, mas que agora percebemos que não havia outra solução.
A dor de ver sofrer os outros faz-nos bem. Actua como um tranquilizador. Ficamos bem por ver sofrer alguém que outrora também nos fez sofrer. Choramos a nossa dor, vemos a dele e sorrimos.
Lembramos o passado e odiamos quem fomos.
Olhamos para o presente.
A vida continua.