Obrigada.
Deste-me uma parte de ti.
A melhor de ti, dizias.
Já fui feliz, e já amei demasiado.
Mas depois, descobri que o amor magoava.
Ainda não encontrei quem me desse provas do contrário, e nem eu tento encontrá-las.
Mas nunca implorei amor.
Foste a minha minha melhor maneira de viver e soube estar ao teu lado, mesmo sabendo que não era para ser, mesmo sabendo que, por vezes, poderia doer.
Mas nunca implorei amor.
Tivemos guerras em que nunca ganhei.
Guerras em que era sempre eu quem queria lutar e em que tu clamavas por paz, a paz que eu te prometi e que nunca te dei.
E, sempre, recuavas. Mais uma vez. Mais de uma vez.
Desculpa se implorei demasiadas vezes por ti. Não sabia que estava a travar uma guerra perdida desde o início.
Entre mortos e feridos sobrevivemos sempre.
Obrigada por cuidares de mim, tratares de mim, olhares por mim, e para mim.
Obrigada por teres estado ao meu lado, sempre. Mesmo quando o que mais queria era apenas solidão e silêncio.
Obrigada por não me teres deixado cair. Nunca.
Nunca implorei amor, e obrigada por me teres feito feliz como ainda fazes.
Há que lutar.
Contra tudo.
Saber que estamos vencidos e, apesar disso, avançar, irremediavelmente, até ao fim. Isso é coragem.
A que já tive. E a que continuo a ter.
Porque todos os dias há uma coisa nova para aprender.
Como a saber viver, por exemplo.
E todos os dias a vida ensina alguma coisa.
A ser feliz.
Ensinaste-me a viver e a querer viver.
Ensinaste-me a sorrir, de novo, e depois de tanto tempo.
Mas nunca implorei amor.
Nunca implorei o teu amor.
Porque fazes-me bem e também eu quero fazer-te bem.
E é apenas isso que interessa.
Quero continuar a ter-te ao meu lado e, enquanto me quiseres, andarei por perto, mas apenas se ambos quisermos.
Só serei felizse tu também fores.
E, depois, o abraço.
Aquele abraço.
Quantas vidas são necessárias para te encontrar outra vez?
Obrigada.
